terça-feira, 22 de junho de 2010
Doce junho.
Me levantei mais cedo, não quis acender a luz, saí com passos leves a fim de não te despertar.
- Já vai assim... tão cedo? - você me surpreendeu.
Meus olhos inundados se voltaram ao chão, e apesar de pensar desesperadamente em um resposta, eu não soube o que dizer.
- A culpa é minha, não é? - NÃO! Não existe culpa...
Eu estou tentando proteger o que nós construímos, e até a nós mesmos. Não quero que o nosso final obrigatório seja adiado, isso nos machucaria ainda mais...
Ele me puxava devagar procurando meus olhos, e ao estar frente a frente com aquele que eu estava deixando, fui engolida pela culpa daquelas lágrimas compartilhadas.
- Você não vai me dizer nada? - meus olhos já não dizem tudo?
Infelizmente nossos caminhos são distantes, e eu não posso ter o que preciso de você, e muito menos posso te dar o que você precisa. Não há mais nada a ser dito, a não ser todas as desculpas e as últimas palavras de adeus.
- Eu não posso te esquecer. - sim, você pode.
E provavelmente em breve serei um pequeno pedaço de recordação que você carregará consigo para ter algum conforto quando as luzes se apagarem outra vez.
O sol nascia e era hora de ir, juntei minhas últimas malas, e também pela última vez me fixei em frente aquele amor de verão, que eu fui estúpida o suficiente para amar em meio ao inverno.
Uni minhas últimas forças e abri a porta delicadamente. Virei-me deixando para trás um último olhar.
- Eu te amo. - eu também.
Você será sempre o meu doce junho.
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