sexta-feira, 7 de maio de 2010

"Porque metade de mim é o que eu penso,mas a outra metade é um vulcão."



Não temerei, não mais. Porque pra quem tem medo,em cada "até logo" existe um "adeus" implícito, e eu não sou assim. Pois apesar de tudo acredito no amor, porque tudo pode acontecer, menos eu desistir de sorrir pra sempre. Tenho sim decisões precipitadas acumuladas, mas já as perdoei.Já me perdoei. Pois me cansei do peso que levava sem razão, e agora sou livre outra vez. Bom dia, conheça a minha antiga e verdadeira "eu", feliz, sorridente, e um tanto quanto louca.


" Que a força do medo que eu tenho,não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo o que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito,mas a outra metade é silêncio...
Que a música que eu ouço ao longe,seja linda, ainda que triste...
Que o homem que eu amo seja para sempre amado mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor, apenas respeitadas,
como a única coisa que resta a uma mulher inundada de sentimentos.
Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.
E que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso,mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste e que o convívio comigo mesma se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto, um doce sorriso, que me lembro ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é platéia e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor, e a outra metade...
também. "
                                                                                                                      (Ferreira Gular)

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